Ás vezes é mais fácil ficar calada e deixar as coisas andarem do que criar confusão e futuras frustrações. Mais fácil é, claro. Você descarta os incômodos e engole tudo como se fosse uma carne crua que não desfizesse na sua boca. Só que essa carne vai ser difícil de ser quebrada dentro de você. Ela vai ficar ali, incomodando, como uma pedra no estomago, até ela se desfazer em um longo tempo.
Na minha cabeça o fácil, nesse caso, está associado á fraqueza, a mediocridade, a insegurança. O motivo é que se você não resolve cuspir de uma vez por todas essa carne que você dificilmente vai engolir, você vai sofrer o incômodo dela depois, e do lado de dentro.
O fato de cuspir a carne está ligado á recusa de se sentir perturbado por alguma coisa alheia a você. É como se você se recusasse a se manter numa posição a qual não te pertence, uma posição de rendimento ao outro que no momento, não te causa bem.
Mas não é tão simples como parece. Talvez você esteja com fome e não queira cuspir a carne, mas não consegue engolir. Mas a equação não é somente engolir ou cuspir. Existe a possibilidade de cortar a carne antes de pô-la na boca, e comê-la de pedacinho por pedacinho. Esta sim é uma ótima artimanha para comer a carne toda, sem ter que cuspir ou engolir o pedaço grande. E nesse meio termo é que talvez esteja a medida certa para não ficar com fome ou com dor de estomago.
Meu meio termo nunca foi fácil de achar, e não tá sendo agora também. E engano de quem me dá conselhos de que a consciência do erro leva rapidamente á solução. Quem dera!
Talvez eu não saiba qual o erro até agora, talvez por isso não encontro a solução.
No caso, ou eu mudo meus pensamentos, ou eu entrego meus sentimentos.
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