terça-feira, 30 de maio de 2017

La pensée




Pensar o mundo, pensar o local, o território, pensar o dentro, o Outro, pensar o Brasil, pensar o cotidiano, pensar o coletivo, pensar a vida e etc.
Pensar em todas essas coisas juntas parece confuso e complicado, dificil de entender e perceber o todo. Mas (e enfim) é possivel encontrar o ponto medio onde todas esses pensamentos confluem e esclarecem uma realidade urgente de compreensão. diante da realidade, do cotidiano, dos momentos ruins e bons que vem e vão na vida, o que mais que acometia na pre adolescência e adolescência eram questões de 'porque eu estou aqui?' ou 'que que eu estou fazendo aqui?', esse aqui era tudo que eu passava, e tudo que eu pensava; era tudo que eu respirava.
Questionamentos como esse foram o que me fizeram o que eu sou hoje.
São questionamentos que particularmente tenho enorme valor porque tenho a impressão que me ensinam a viver.
Pensar nisso, me faz querer questionar tudo ao redor. Viver sem pensar em tais coisas faz a gente ficar vazio, seco, sem profundidade, sem desejo. Então pensar o mundo, pensar a vida, diz respeito a questionar nosso local, nosso territorio, e portanto, o territorio do Outro, o proximo, o mesmo que faz do coletivo, alguma coisa humana.
Pensar o viver em sociedade é procurar saber como estão vivendo os que vivem dessa maneira, e quais são os meios pelos quais ela é o que é. Assistir um video como o acima me faz pensar o quanto é necessário viver pensando e questionando locais, cotidianos, coletivos, vidas, territorios e mundos. Faz pensar porque estamos aqui, e porque vivemos dessa determinada maneira e não de outra. É profundamente pensar na alteridade do outro e por ela.
É pensar atraves de um espaço que possa entrar eu, você, ele, ela, aqueles e nós. Esse espaço precisa contemplar todas essas pessoas.
Começando, parte-se do pressuposto que existe um só planeta que contém capacidade geradora de vida, humana e não humana, existe somente um espaço coletivo de convivencia, um só territorio que abriga a todos.
Pensando isso, aparece outro pressuposto que comporta o fato de necessariamente, ou seja, por necessidade temos a obrigação e o direito de viver num espaço saudavel, harmonioso e divertido. É bom imaginarmos que se gostamos de sentir prazer, obviamente meu semelhante também compartilha disso. E por isso é necessario a construção de um mundo em que eu, você, ele, ela, aqueles e nós possamos vivem em harmonia.
Com absoluta certeza não quero ser a romantica que pensa que o mundo tem potencial para se tornar o Jardim das Delicias do Bosch. Mas é bom sabermos onde nos localizamos para tratar de nossos semelhantes da forma como eles entendem.
O planeta é só um, mas é gigantesco.
Inumeros povos, inumeros jeitos de viver, inumeras formas de pensar...
Inumeras formas de conflito.
E é bom ter isso em mente.
Porque é bom saber que existe um 'outro' que não compartilha da mesma forma de pensar e viver que eu e ou que você.
Mas é imprescindivel que viver bem depende diretamente de estabelecer consensos.
No Brasil, assim como no resto do mundo, a gestão dos consensos está suprimida. Suprimida porque de alguma forma ela existe mas não ascende aos modelos hegemonicos de civilização.
A rentabilidade dos negocios fez a cabeça dos proprietários para transformar tudo em algo que pode se transformar. A Lei da transformação tomou conta do mundo quando viram que se podia ganhar o mundo dessa forma. e partir dai transformam o mundo em algo que pode ser comprado, não negociado porque a negociação é aniquilada pela força do capital que impera as relações de todos os tipos.
Então colocar o planeta, que é só um, e gingantesco ao mesmo tempo, sob um sistema de transformação onde tudo é mercadoria a serviço da apropriação de lucro e prestigio social economico e cultural é pensar que o mundo possui uma só formula e que é ela a que deve ser seguida.
É pensar que não existe um 'outro', porque o tudo deve girar ao redor do beneficio individual.
"O MEU, não o seu, muito menos o nosso!"
E isso é a politica, isso é a economia, isso é a cultura, isso é a raça, isso é a sexualidade, isso é o conhecimento.
Pensar o mundo é quebrar a realidade dentro dela mesma, é fazer saber que o que acontece nessa realidade talvez não deveria acontecer dessa determinada forma, e que o que existe é o que construimos.
Meu pensamento, portanto, é de DESCONSTRUIR.
É de reavaliar as opções e saber escolher com calmas as formulas de conduta, de pensamento, de conhecimento e vivencia. Eu me deparo com construções 100% do meu tempo, e isso me leva a querer desfazer.
Não é um fim, é um meio.
É, na verdade, um primeiro passo, de muitos longos outros que devem ser tomados nessa vida. Devem de dever mesmo, por necessidade e por humanidade.